Kauê Damasceno em Entrevista a Tatame!

Kauê fala sobre título surpresa, após eliminação de Cornelius e Miyao

Por Guilherme Cruz

Redação, Rio de Janeiro

Kaue faturou o absoluto marrom (Foto Guilherme Cruz)

Com a desclassificação de Paulo Miyao e Keenan Cornelius, por falta de combatividade na final do absoluto marrom, Kaue Damasceno acabou ficando com o cinturão e o título.

Em entrevista à TATAME, o lutador, que era o terceiro colocado, relembrou a derrota no Pan-Americano e vibrou com a inesperada conquista.

“Quando você faz as coisas certas, no final, é recompensado. Eu treinei bastante, fiz tudo certo. Fui para o Pan, não ganhei, mas continuei focado. Meu professore sempre diziam que meu esforço valeria a pena e fui para dentro. Hoje valeu aquele ditado: a luta só acaba quando o juiz apita”, disse, emendando. “Esse gostinho foi especial, por tudo o que aconteceu. Esse eu posso botar que o cinturão e escrever ‘Deus’ nele. Se não fosse Ele, eu não estaria com o cinturão”.

Na disputa da terceira colocação, Kaue venceu um oponente para quem ele tinha perdido no peso. De acordo com o lutador, na última sexta-feira sua cabeça o atrapalhou nos combates.

“Na semi eu lutei contra o Cornelius, mas aconteceu um equívoco, sem querer tirar o mérito dele. Mas hoje eu acho que estava melhor do que na sexta-feira, quando eu estava fraco de cabeça pela derrota. Hoje (sábado) consegui ganhar do cara que perdi na categoria. Era um adversário duro, mas graças a Deus consegui sair com a vitória”.

Na última sexta-feira, o faixa-marrom se envolveu em outra polêmica. Em um embate com o filho adotivo do Sheik Tahnoon Bin Zayed Al-Nay Nan, o lutador tupiniquim reclamou de uma interferência do juiz a favor do atleta da casa. Para Kaue, o Mundial Pro precisa evoluir na questão da arbitragem.

“Nessa luta eu comecei puxando e raspei, mas depois ele me botou para baixo. Quando estava 2 a 2, raspei de novo (4 a 2) e ficou para mim. Faltando 20 segundos, puxei e o juiz tirou meus dois, dando a vantagem ao meu adversário. Não entendi o porquê disso e ele não me disse. Mas todo mundo sabe o porquê, né? Não quero criar polêmica e seguirei meu trabalho. Não vivo de polêmica, corro atrás do meu. Esse campeonato está começando a abrir mais a portas do Jiu-Jitsu e acho que só tem a evoluir. Só é preciso olhar a arbitragem, onde eles pecam. Se eles pensam em crescer, se expandir pelo mundo, precisam dar uma reciclagem”.

Bastante emocionado, Kaue relembrou dos tempos em que ficou afastado das competições. E ele inclusive fez questão de mencionar sua namorada, também lutadora de Jiu-Jitsu, Íris Batista, afirmando que cumpriu o que prometeu e agora vai poder realizar seus sonhos.

“Eu tinha emprego no Rio, era vigilante. Ganhava mil reais, quando não atrasava. Nessa época eu olhava as fotos dos caras que lutei. Fiquei um ano parado, vi muitos que lutei, que estão na preta, no topo, hoje em dia. Já lutei com o João Gabriel, JJ Jackson, vários renomados.  Passei até um pouco mal quando falaram que seria o primeiro”.

Com o título e o dinheiro no bolso, o lutador não vai fugir de um compromisso sério com a namorada. “A gente está pensando em noivar. Encontrei minha metade, que sempre esteve comigo em todos os momentos”.
Uma das lutas de kauê onde ele vence o atleta João Miyao!
Kaue Damasceno Vs João Miyao!