sexta-feira, 28 de junho de 2013

Estrelas do Jiu Jitsu são orgulho de Padre Miguel !

Em um dos pontos mais carentes da comunidade de Padre Miguel fica uma casa que é mais do que uma academia, é um lar, pois não tem frequentadores e, sim, familiares. Nova União JJ (Jiu Jitsu). Regida por Fábio Andrade, mestre da luta, idealizador de projetos sociais que visam o resgate de meninos de comunidades carentes, apresentando-lhes ao esporte e fazendo deles campeões.
Dentre esses meninos, três são bons exemplos desse resgate: Kauê Damasceno, Márcio André e Isaque Bahiense. Recentemente, esses "meninos" conquistaram, entre tantos outros torneios e campeonatos, o mundial de Jiu Jitsu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
"Kauê é um meninão doce e que vi tornar-se um homem... Bom filho, de família humilde, morador de nossa comunidade e que através do esporte ganhou o mundo...", afirmou o treinador Fábio.
Márcio André, morador de Padre Miguel, recentemente perdeu a mãe que muito incentivou a ele e a outros meninos que junto de seu filho praticavam Jiu Jitsu, sob a batuta de Fabinho.
Já Isaque, "nosso monstro", vem de uma família de mais de quatro irmãos, que criados por sua mãe batalhadora, sob a boa influência de seu amigo e mestre, também trilhou o bom caminho do esporte.
Cláudio: Quem e o que te levaram a praticar JJ?
Fábio: Eu sempre frequentava a academia, porque levava meu sobrinho "Diego" aos treinos. Até que um dia, em uma conversa com Luis Herminio "Luisinho", ele me convenceu a treinar. Não gostava muito, era verão, o Kimono me incomodava e eu ficava irritado, mas como a minha vida é um eterno desafio, fui me envolvendo e estou nessa guerra até os dias de hoje.
Cláudio: Quando se graduou?
Fábio: Fui graduado a mando do meu mestre Wendel Alexander, pelo meu mano Daniel Almeida em 2006.
Cláudio: O que levou você a realizar o projeto com os meninos?
Fábio: Na minha infância, éramos três e era difícil pro meu pai bancar estudos e esportes pra nós e não havia projetos, tudo era pago. Sabendo dessa dificuldade, Deus me deu condições de ajudar a minha comunidade e faço com amor. Quero dar a todos eles a oportunidade que não tive quando criança. Cabem a eles aproveitar a oportunidade dada e levar sempre a frente a ideia de que o esporte pode mudar a vida deles. Se não forem atletas tops, podem ser, perfeitamente, cidadãos do bem.
Cláudio: Quantos alunos você tem hoje e onde dá aulas além da Porto Nacional?
Fábio: Trabalhei quatros anos na Vila Olímpica de Santa Cruz, com um amigaço meu chamado Rodrigo Justa, meu irmão branco. Trabalho esse que continua até hoje, dou aulas também no Projeto Social Arte é 1000, projeto associado à rede de clínicas Cemeru, que me dá uma ótima estrutura de trabalho. Canso de falar que é o melhor lugar de se trabalhar nesse mundo. Também tenho um trabalho em Volta Redonda, com meus alunos Fabio Fome, Pueblo Rafael e Marcos Godinho Jr. Hoje em dia, juntando toda essa galera, tenho em média de uns 250 a 270 alunos de todas as idades e de todas as faixas.
Cláudio: Quais são seus exemplos e ídolos?
Fábio: Um irmão que a vida me deu dentro do esporte " André Bastos"... Ele é um cara fora de série, acho que ele nem é desse mundo.. o cara é "sinistro". Como aluno, professor e ser humano. Sou fã declarado!
Cláudio: Principais conquistas?
Fábio: São muitas, mas a minha principal conquista, foi acabar com minha equipe e fazer dela uma família... Isso não tem Preço!
Cláudio: Principal realização?
Fábio: Ver meus filhos crescendo e sendo bem-sucedidos na vida, não só na profissional, mas como na vida pessoal e em todos os aspectos das vidas deles!
Cláudio: Como você vê o sucesso de seus alunos nos campeonatos mundo afora?
Fábio: Vejo de forma natural, sempre soube que daria certo, por mais que demorasse, sempre fiz as coisas por eles com muito amor, abri mão de tudo por isso, e eles abraçaram a minha causa e fecharam comigo. Todos trabalhamos juntos, tudo o que vamos fazer existe planejamento, um passo de cada vez, de grão em grão, por isso o trabalho é sólido e nunca vai parar de crescer!
Cláudio: Sonhos e perspectivas?
Fábio: Sonho é ter saúde por muito tempo, precisar o menos possível dos outros e poder ter muito para ajudar... Perspectivas é que as pessoas da nossa comunidade tivessem a consciência de que se cada um fizer um pouquinho, fica fácil para todos... Se os políticos da nossa comunidade parassem de bancar bebidas a beira de campos de futebol e investissem na base de qualquer esporte, teríamos adolescentes, jovens e adultos melhores num futuro próximo!
Cláudio: Quem é Fábio Andrade?
Fábio: (risos) Pergunta difícil, mesmo assim sou suspeito a falar... Fábio Andrade é um espelho, reflete o que vê pela sua frente, o que é escuro, não tem brilho, o que não brilha, não tem reflexo. Então procuro sempre fazer o bem, porque nasci no bem e sou cercado pelo bem!


                                                                   Agradecimentos:
Primeiro a Deus por tudo ao que ele tem feito na minha vida...
Ao Luis Herminio “Luisinho ”, por me apresentar esse esporte e essa profissão que muito amo... Vlw Careca!
Meus Professores André Bastos e André Marola que me dão todo o sup
orte de trabalho e a minha Equipe Nova União que estão sempre me apoiando em tudo o que eu faço, sem vocês eu não sou nada...
Meu filho e minha Vida Paulo Henrique, Meu Irmão Haroldo que abriu mão de tudo na vida dele para me criar, Kauê meu Patrimonio, Marcio meu Idolo, ta pra nascer alguém mais guerreiro que esse magrelo e todos os meus alunos que muito amo.
Drº Mauro Dias, Rosane Rodrigues,Nira Benassi e todos que trabalham comigo no Projeto arte é 1000.
A você Claudio Martins a oportunidade de estar falando sobre meu trabalho, minha comunidade e a todos que me apóiam direta ou indiretamente...
Osssss

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