Um sonho cor de Ouro - Matéria do Jornal O Globo !!!

Ruan e algumas de suas conquistas.

O jiu-jítsu entrou por acaso na vida de Ruan Rodrigues, de 17 anos. Em 2007, enquanto ele acompanhava a matrícula do pai nas aulas de musculação de uma academia no bairro de Senador Camará, surgiu
um convite para os dois praticarem a luta. Toparam, pensando que seria apenas uma maneira de passarem mais tempo juntos.

— Um professor perguntou se gostaríamos de entrar numa turma de jiu-jítsu. Fizemos uma aula experimental e gostamos. Estar com meu pai era um incentivo para praticar o esporte. Como ele trabalha o dia todo, seria um modo de convivermos mais. No começo, brincávamos muito durante os treinos — conta o jovem.

A diversão, no entanto, acabou virando um compromisso. No terceiro mês de aulas, Denison Rodrigues, pai de Ruan, sofreu uma contusão e abandonou a luta. O garoto, então, ficou sozinho e passou a se empenhar mais. Foi nessa época que descobriu ter talento para o esporte.

— No início, não passava pela minha cabeça que chegaria onde estou hoje. O jiu-jítsu não era mais que um passatempo para mim. Aos poucos, fui mudando de postura. Percebi que levava jeito, que era bom. Os professores também acreditaram no meu potencial. Passei a treinar todos os dias, investi na preparação física e, consequentemente, os resultados apareceram — diz Ruan, que hoje é bicampeão mundial, campeão sul-americano e bicampeão brasileiro por equipes.

Ciente de seu potencial e de olho nos Jogos do Rio, em 2016, Ruan também pratica luta olímpica (o jiu-jítsu não faz parte da grade de modalidades). Para se aprimorar, ele decidiu passar um ano apenas treinando, antes de ingressar numa faculdade.

— Disputar as Olimpíadas aqui, no Brasil, é o meu sonho, e estou me esforçando para realizá-lo —

garante.

Ruan Rodrigues campeão do Absoluto Azul do American Golden Cup 2010.